quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Breno Bizinoto, único brasileiro na disputa do Mongolia Bike Challenge - Capítulo 8

Sete dias, mais de 900 km de pedal pela Mongólia. Por uma semana, os olhos do mineiro Breno Bizinoto estiveram pela inóspita paisagem da ultra-maratona Mongolia Bike Challenge. Na última etapa ele tinha que manter a vantagem de 8 minutos sobre o "espanhol da mochila". Quer saber como foi? 

7ª Etapa – 90 km

Oito minutos. Foi assim que eu dormi e acordei. Aquele espanhol poderia ganhar de mim na etapa de hoje, mas se ele ganhasse por mais de oito minutos, eu perderia a minha posição. E francamente, eu sabia o quanto ele era forte. Ontem no contra relógio eu tive um tempo muito bom, mas o dele foi ainda melhor. Ele só estava oito minutos atrás de mim por que teve alguns problemas mecânicos. É claro que isso faz parte do mountain bike. Eu também furei três pneus, fiquei perdido e parei pra ajudar o português, mas nada disso me coloca em uma posição injusta, e sim no meu real tempo da competição. E o tempo era bom. Era melhor que o do espanhol. Mas apenas oito minutos.

Se este número estava se tornando repetitivo na minha cabeça, eu imagino como estava para ele, que ao invés de defender a pequena fração de tempo, precisaria atacar. E o espanhol se mostrou um superatleta, forte e inteligente na administração de cada segundo.

O espanhol Salva Maharrí na bota de Breno Bizinoto        

Assim que acorrida começou, ele não se preocupou em pegar o pelotão mais forte ou em começar tirando a diferença logo cedo. Ele ficou sempre atrás de mim, apenas me marcando. E eu também não tinha o mínimo interesse em fazer alguma extravagância, também por que no último dia a velocidade é naturalmente muito maior, por que ninguém precisa salvar energia para o dia seguinte.

Eu consegui entender que ele estava com uma estratégia diferente, pois já estávamos quase na metade da corrida e ele ainda não tinha iniciado o ataque para tirar a diferença de tempo. Logo, nos aproximamos do único ponto de apoio que haveria naquela etapa, e todos os atletas do pelotão se prepararam para fazer o reabastecimento. Naquele momento, lembrei daquela mochila gigante que o espanhol sempre carregava! É claro que ele não ia perder tempo no ponto de apoio! Percebi tudo, abortei o meu reabastecimento e fiquei preparado, pois sabia que o ataque iria acontecer naquele exato momento! Dito e feito, todos pararam, e o meu rival colocou um ritmo para ir longe. Acontece que eu fiquei esperto, e fui no vácuo dele. Ele demorou alguns segundos para perceber que não estava sozinho, e a partir dali, ficamos só nós dois em um clima muito decisivo.

Eu nunca competi com um atleta tão inteligente. Se eu me achei esperto por saber que ele não iria parar no ponto de apoio, ele foi muito mais, por que também sabia muitos dos meus pontos positivos e negativos. Ele me atacou no plano, por que sabia que as subidas eram o meu forte. Existe uma dificuldade de atacar no plano, que é o atleta ficar no seu vácuo e minguar a operação, mas ele apostou no oposto, e foi muito bem sucedido. Eu não consegui ficar no vácuo dele, e a nossa distância começou a aumentar. Os oito minutos se transformaram em sete minutos e alguns segundos. O que não podia acontecer era que eles fossem reduzidos a zero.


Enquanto eu fazia muita força, eu via a nossa distância aumentando. Aqui na Mongólia os campos são muito abertos, então se o cara está a 2 km de distância você ainda consegue ver ele lá na frente. E isso criava margem para muitos problemas psicológicos. Eu ficava sempre imaginando qual seria a diferença que tínhamos agora. Seis minutos. Não sabia ao certo. Ele pegou uma descida, e agora eu via ele bem mais longe, por que sua velocidade estava maior que a minha. Acho que uns três minutos agora. Na próxima subida acho que isso vai voltar para uns quatro. Três e meio, quem sabe.

Acho que eu tive que repensar o que eu estava fazendo. Sim, eu estava pedalando muito forte, mas estava pensando demais. Apesar de importante, matemática não é a minha praia. Eu estava sozinho, e era o último dia. O relógio não ia me ajudar. Ele era na verdade meu inimigo. O que mesmo que eu gosto de fazer?  Eu gosto é de botar a cara no vento e sentir o capim incomodando no fundo da sapatilha. Gosto de ver a quilometragem aumentar cada vez mais, e de ver que tem um cara que veio lá do outro lado do mundo para disputar a posição de hoje comigo. E eu fiz o que eu tinha que fazer, e aquela fração de tempo não se repetiu mais nenhuma vez na minha cabeça.

Eu pedalei como se não houvesse amanhã. E realmente não havia, pela primeira vez nesta competição quase interminável. Foram 40 km nesta tocada. Quarenta intermináveis quilômetros. Os últimos são os piores. Errado. São os melhores. Foram o ponto alto da minha performance em toda a minha carreira, aonde eu exalava concentração e força. Quando eu cruzei a linha de chegada, o espanhol já estava lá. Ele terminou a corrida antes de mim, mas eu não sabia quanto tempo. Ele estava junto aos organizadores da cronometragem, contando o tempo que eu gastaria para chegar. Eu já tinha parado de fazer as contas há algum tempo.

Antes de me jogar no chão e descansar, soltei a bike e parabenizei o meu amigo Salva Marrahí, vulgo espanhol da mochila. Disse-lhe que nunca tinha disputado com alguém tão inteligente. Aí eu caí no chão. E então fiquei sabendo que os oito minutos foram reduzidos a cinquenta segundos. Cinquenta segundos! Era o novo número que não saía da minha cabeça. O espanhol precisava colocar uma diferença de oito minutos, mas só conseguiu colocar sete minutos e dez segundos. Não. Na verdade eu é que precisava defender oito minutos, e consegui manter apenas cinquenta segundos. Em uma ultramaratona cada um tem que cuidar do seu tempo, por que se você ficar olhando para o tempo dos outros, vai bater a cara no muro. E isso eu aprendi só lá na primeira etapa. O espanhol cuidou de fazer o que estava ao seu alcance, e eu, também. E a proposta é justamente essa.

Pódio da categoria Sportman (18–32 anos): Breno é vice-campeão.              
O Mongolia Bike Challenge mostrou a todos, que não é uma competição entre atletas. E sim uma competição que cada um atinge o máximo de si, e os pódios são uma mera formalidade. E que o esporte, não deve nunca ser rebaixado a uma única rivalidade entre atletas, mas sempre como uma busca pela auto superação de pessoas. E que 50 segundos em meio às 38 horas disputadas, não querem dizer que foi quase a mesma coisa, mas muito pelo contrário, que cada um buscou o máximo de si.

PATROCÍNIOS: SCOTT, CICLOGIRO e FUMEC

Fotos: Danielle Baker e Nel Chan

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

1º DESAFIO IMPÉRIO BIKE DE XCO


Breno Bizinoto, único brasileiro na disputa do Mongolia Bike Challenge - Capítulo 7

Na penúltima etapa, um contra-relógio "para relaxar". Breno Bizinoto pedala forte no penúltimo dia da saga no Mongolia Bike Challenge. Quer saber como ele se preparou para a última etapa? Leia aqui:

6ª Etapa – Contra-relógio - 48 km

A etapa de hoje foi um alívio para todos. A largada seria mais tarde - e seria feita nos padrões de uma prova de contra-relógio. Funcionou assim: cada atleta iniciaria a prova individualmente, com um tempo de um minuto entre as largadas, começando pelo pior colocado, e terminando com o campeão geral. A distância foi bem menor e o acúmulo de subidas foi relativamente alto, mas nada demais. A utilização de vácuo foi proibida nesta etapa.

Acontece que, quanto menor a distância, maior é a intensidade. Particularmente, eu quis investir nesta etapa para tirar uma diferença, mesmo que ela não fosse muito grande. Tomei esta decisão acreditando que a minha recuperação seria boa entre as etapas, e isto me daria a intensidade necessária para o dia de hoje.


Foi a corrida mais divertida de todas, pois os atletas mais lentos largaram primeiro, e aos poucos foram sendo ultrapassados pelos atletas mais velozes que largaram depois. O tempo de prova foi aproximadamente duas horas, e o clima era muito legal. Isso não quer dizer que foi fácil. Eu mantive a minha estratégia de investir um pouco neste dia, e cheguei muito exausto.

Mas como o tempo de prova foi curto, tivemos tempo de sobra durante a tarde para organizar os equipamentos, conversar e distrair um pouco. E pudemos também acessar os resultados gerais, e eu descobri então que estava em segundo lugar na classificação final da minha categoria. E o terceiro lugar era aquele espanhol da mochila grande, com apenas oito minutos de diferença. Ali eu fiquei sério de novo, a corrida estava acabando, mas eu tinha muito trabalho pela frente. Oito minutos.

Amanhã tem o capítulo 8! 

PATROCÍNIOS: SCOTT, CICLOGIRO e FUMEC

Fotos: Danielle Baker e Nel Chan

terça-feira, 28 de outubro de 2014

CAMISETAS PEDAL JP E TRACK PINK

Camisas do Blog PedalJP e do Grupo Track Pink.
Os pedidos serão até o dia 05/11/2014, pagamento por depósito bancário ou pessoalmente.
Data entrega prevista para entrega: 15/12/2014, podendo haver modificação de acordo com a confecção.

Personalização com nome/apelido de preferência de cada um.

Obs.: a data para confirmação será somente até dia 05, pois senão a confecção não consegue entregar em 2014, eles entram em férias coletivas em dezembro.

Valor: R$ 70,00

Conta Bancária: 
Caixa Econômica
Ag: 1818
Op 013
Poupança: 5413-7
Cosme Henrique de Freitas Castro

Pessoalmente:
Cosme
Gráfica Pinheirense
Rua Astolfo Moreira, 211 - Centro
João Pinheiro - MG


frente                                   costa

frente                                   costa

Link: PEDIDO DAS CAMISETAS

Abraço galera do pedal!!!

Breno Bizinoto, único brasileiro na disputa do Mongolia Bike Challenge - Capítulo 6

No dia do aniversário dele, a tensão com a prova era tanta que Breno Bizinoto até se esqueceu disso... Os pesadíssimos 175km de pedal pelas paisagens da Mongólia foram o presente pra ele - que entendeu melhor tudo o que significa o mountain bike pra ele. Confira!


5ª Etapa – 175 km

Hoje, finalmente, acho que a turma largou menos apavorada. Não por opção, mas por que o corpo começa a não aguentar mais. Mesmo assim, optei ainda por ficar mais atrás, na esperança de ir novamente alcançando aos poucos os atletas da frente. O que aconteceu hoje foi que se formaram vários pelotões pequenos, e eu fui sozinho saltando de um para o outro, ganhando mais posições e andando com grupos mais fortes.



Tomar a decisão de sair do pelotão em que eu estava para entrar em outro grupo mais à frente me custaria alguns minutos andando sozinho. Eu tinha que tomar a decisão de ir ou não, pois a operação poderia dar errado e eu gastaria energia à toa. Ou então, mesmo que desse certo, pode ser inviável desprender tanta força assim. Me encontrei neste dilema várias vezes e consegui fazer as contas para encontrar o melhor momento para a mudança de grupo.

Nessa quinta etapa presenciamos paisagens inacreditáveis. Na verdade todos os dias temos atravessado um horizonte infinito de montanhas. Vemos sempre grandes grupos de animais exóticos que não se preocupam com a nossa presença. Os cavalos gostam de correr ao nosso lado por alguns segundos. Às vezes vemos as casas dos nômades que existem no país, e podemos ter uma ideia de como é a vida destas famílias no meio das montanhas.

Um grupo de aproximadamente 30 gazelas cruzou a trilha na frente do nosso pelotão. Eram tantas que demorou quase 30 segundos para que todas terminassem a travessia. Quase que precisamos reduzir a nossa velocidade para não colidir com as últimas do grupo. Naturalmente todos os ciclistas ficaram tão impressionados com a cena que, por alguns segundos, pararam de competir e se dedicaram somente a absorver aquela experiência única.



Ser competidor ou praticante de mountain bike é contemplar todos os dias a natureza, experimentar de surpresa momentos como este, que jamais vão acontecer em um tour ou em um sáfari. É ter contato com os animais e suas reações naturais, diferente das grades colocadas nos zoológicos. É poder conhecer novas pessoas, culturas, histórias, costumes e lugares. Mas muito mais do que isto, é você poder se conhecer melhor. Hoje foi meu aniversário, e eu demorei algumas horas para lembrar.

Acho que a atmosfera do lugar respirava tantas novidades (e dificuldades) que me perdi em meio às datas, relógio, celular e costumes do mundo contemporâneo. Eu já estava há cinco dias sem me comunicar com a minha família e amigos, muitos estavam tentando me dar os parabéns pelo aniversário, e eu só me dei conta disto na metade da etapa de hoje. É engraçado como nestas horas a competição ultrapassa o limite físico, ultrapassa o limite psicológico, e começou a desafiar o limite emocional. E nessa hora, não adianta ter treinado igual um touro, se você começa a sentir saudade de casa, e do bolo de aniversário que poderia estar rolando por lá. Parece que nessa hora você é testado se gosta ou não daquilo que está fazendo.

Parei para refletir o que eu estava fazendo. Tinha terra em todos os meus dentes, e eu sentia a boca seca de tanta poeira. Meus pés estavam molhados há horas e o capim duro que entrava na minha meia me incomodava como uma agulha dentro da sapatilha. As minhas mãos estavam anestesiadas há horas e formigavam com a posição repetitiva. O australiano na minha frente estava ficando cansado, e me obrigava a colocar a cara no vento, minando ainda mais a minha respiração.

O Garmin mostrava que tínhamos pedalado por 140 km, mas ainda faltavam 35 absurdos quilômetros. E lá na frente eu via um chinês da minha categoria. O que será que passava na cabeça dele? Será que também era aniversário dele? Garanto, no mínimo, que ele também estava com a boca seca e mãos anestesiadas.

Sim, os testes que aparecem nestes momentos definem o que você mais gosta na vida. E eu gosto é de botar a cara no vento e sentir o capim incomodando no fundo da sapatilha. Gosto de ver a quilometragem aumentar cada vez mais e de ver que tem um cara que veio lá do outro lado do mundo para disputar a posição de hoje comigo.

Eu e o chinês começamos no pé da montanha uma briga muito forte pela terceira posição de hoje, e a estratégia era atacar sem olhar pra trás. Eu fui à frente; não sabia se ele tinha ficado para trás ou se estava na minha cola. Não é como no Tour de France que vem uma moto te mostrar quantos segundos de diferença você já colocou no cara lá de trás. E eu realmente não queria saber. Acelerei como se fossem os últimos 30 quilômetros. Ainda bem que eram mesmo os últimos 30 km, por que se tivesse um pouco mais eu não conseguiria sustentar aquele ataque. Eu cheguei 6 minutos à frente dele, com um cansaço que não me permitia pronunciar uma só palavra. Pareceu ser o maior pega que eu já vi, mas a disputa dos próximos dias não seriam diferentes.  Ainda bem que eu não sabia disso. E pude ir descansar tranquilamente para o próximo dia.

Amanhã tem o capítulo 7! 

PATROCÍNIOS: SCOTT, CICLOGIRO e FUMEC

Fotos: Danielle Baker e Nel Chan

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

VÍDEOS DO BRASIL RIDE 2014




BRASIL RIDE 2014 Celebra seus campeões!

Grande final contou com cerca de 1 mil ciclistas na Chapada Diamantina - Bahia, entre os participantes que concluíram o sétimo dia da Ultramaratona de Mountain Bike e a etapa final da prova de maratona, válida pelo Campeonato Baiano de MTB




A quinta edição da Brasil Ride, principal Ultramaratona de Mountain Bike das Américas, revelou seus grandes campeões neste sábado (25) ensolarado em Mucugê, após 7 dias de muito pedal pelas espetaculares trilhas da Chapada Diamantina, na Bahia.
“Todos estão de parabéns pela coragem de encarar esse desafio. Independente se o atleta é “finisher” ou não, pois durante uma semana de pedal tudo pode acontecer. Temos exemplos de atletas profissionais que infelizmente não chegaram ao fim, mas o que importa é que vocês foram guerreiros de participarem da principal Ultramaratona de MTB das Américas”, comentou Mário Roma, durante o jantar de premiação da prova.
Brasil Ride exerce um papel fundamental no desenvolvimento do esporte olímpico, além da proporcionar uma experiência de vida a todos os envolvidos no evento:
“Sem dúvida, é uma oportunidade única de fomentar o esporte olímpico, nesse momento de foco total na busca de excelência da Olimpíada, na busca da medalha, é o queremos, a gente acredita que realmente é possível, por isso essa chance de conquistar pontuação dos atletas profissionais no ranking olímpico é muito satisfatório”, comenta João Henrique Guntzel, da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (Snear) que pertence ao Ministério do Esporte.
Na prática, pedalar cerca de 600km, percorrendo montanhas que somam quase 13 mil metros de subidas acumuladas, equivalente a quase duas vezes a subida do ponto mais alto do mundo, o Monte Everest (8.848m):  “Dói, dói, dói tudo nessa, mas é bom, muito bom! “Que bonito, que bacana, que demais!” foram alguns dos jargões usados pelo locutor Maquininha para descrever a dureza superada ao longo dos sete dias de prova. 
A equipe Superior Brentjens Mountain Bike Racing consagrou-se a grande campeã da 5ª edição, após vencer o estágio da grande final, que contou com 61,8km de percurso e 926m de altimetria acumulada:
“Ganhamos a prova ontem (24) quando conseguimos uma diferença de 10 minutos. Hoje fizemos o que tínhamos que fazer”, comentou Hans Becking que dicas do chefe da equipe Bart Brentjens. O time fechou a competição com o tempo acumulado de 26 horas, 05 minutos e 47 segundos.
A decisão pelo título geral foi apertada, com apenas 2 minutos de diferença de tempo, que separavam três equipes da glória: Protek Team, Caloi Elite Team e Superior Brentjens Mountain Bike Racing.
“É como um sonho realizado. Hoje doeu muito. Meu parceiro Jiri Novak é muito forte. Nós atacamos no primeiro singletrack, mas Tiago e Periklis não queriam deixar isso acontecer e nos passaram. No asfalto “mandamos bala” para entrar na frente na segunda trilha e deu tudo certo!”, acrescentou Hans Becking, em que o segredo da vitória da equipe foi a constância durante a semana.
Na segunda colocação ficou a equipe da Trek Factory Racing, formada por Ricardo Pscheidt e Sérgio Mantecón:
“Pra mim foi uma competição especial, por todas as pessoas que eu convivi nessa última semana, levo na bagagem essa experiência com vários amigos que eu fiz nesses dias”, descreve o catarinense Ricardo Pscheidt, demonstrando que o evento é muito mais do que uma competição por etapas.  
A revelação do dia foi a equipe JC Bikes, com Raphael Mesquita “Catalão” e Halysson Ferreira, que faturaram o “Desafio Oakley Brasil Ride” com um ataque fulminante no asfalto e no final ainda conseguiram assegurar o top 3 geral novamente.
“Fechamos com chave de ouro Graças a Deus. Fizemos um ataque suicida no asfalto para pegar a premiação da Oakley. Falei para meu parceiro que tínhamos que nos concentrar na etapa e a estratégia foi acelerar para tentar um pódio. Estou bem feliz e subir no pódio com essas feras aqui é uma grande realização”, comenta Catalão.
Para o português Tiago Ferreira, que participa pela quarta vez na Brasil Ride: “É um sabor amargo perder a camisa amarela no último dia, mas espero poder lutar pela vitória no próximo ano.”
Os melhores brasileiros, Henrique Avancini e Sherman Trezza da equipe Caloi Elite, que estavam na briga, infelizmente tiveram um pneu furado, o que aniquilou a chance da vitória na classificação geral, mas garantiu o título na categoria de melhor das “Américas”!
“A Brasil Ride deixa um legado muito forte para o desenvolvimento do mountain bike Olímpico, apesar de ser disputada no formato ultramaratona, a pontuação conta para a classificação dos jogos Olímpicos. Além disso agente tem essa como a única prova realmente de nível internacional realizada no país. Então agente conta com a participação de bons atletas e renomados internacionalmente,” comenta Avancini que despede-se da equipe Caloi e passa a defender o time da Cannondale Factory Racing até os Jogos Olímpicos 2016.
As mulheres brasileiras também conquistaram um grande destaque, já que o time da seleção brasileira formado por Isabella Lacerda e Érika Gramiscelli conquistaram a vitória na última etapa e asseguraram o título de melhor time das Américas.
“Eu sabia que a gente poderia terminar bem, pois tem muita trilha e temos grande  facilidade de andar na parte técnica…e deu tudo certo, estamos muito felizes com essa prova.”
A equipe feminina campeã geral foi o time norte-americano NoTubes / Ergon, formado por Sonya Looney e Nina Baum, que ficaram na segunda colocação no último dia.
“Estou muito feliz de conseguir terminar. Fique doente na noite anterior, tive febre durante toda a noite e estava preocupada com a etapa final. Por isso saímos para pedalar tranquilas e nosso objetivo era completar”.
Na categoria mista, o título ficou com o time Niner / Shimano formado por Mateus Ferraz e Ivonne Kraft, que venceu a última etapa, faturando 5 das sete etapas. Com esse resultado, a ciclista alemã conquista seu quinto título, já Mateus conquista o tetracampeonato.
Na categoria Máster, o título da Brasil Ride 2014 ficou com o time Superior Brentjens, formado por Bart Brentjens e Abraão Azevedo, com destaque para o pentacampeonato de Abraão na competição:
“O Bart é um grande companheiro. Ele é sempre veloz e essa é a terceira vez que corremos juntos e o terceiro título”, comenta o campeão mundial máster Abraão Azevedo, que referiu-se aos dois títulos na Brasil Ride e um na Cape Epic.
Na categoria Grand Máster, o título ficou com o pessoal de Brasília/DF, Heleno Borges que conquistou seu segundo título, e seu companheiro Paulo Vasconcellos (TEAM KONSK / CICLORACE).
“Em provas nacionais somos ele (Paulo) é meu adversário, mas aqui formamos uma ótima equipe e fico muito feliz com o bicampeonato, e ver que meu treinamento está surtindo efeito”, explica Heleno Borges, que faz o próprio treinamento.
A categoria mais disputada foi a categoria Corporativa, formada por 3 atletas que competem em revezamento. “Eu nunca tinha vivido uma experiência tão difícil na bicicleta, foi uma das coisas que mais difíceis que eu já enfrentei na minha vida… Mas o que compensa esse esforço todo é a companhia, as amizades, a paisagem maravilhosa,” descreve Caio Guatelli, ciclista profissional nos anos 90, que sagrou-se vice-campeão. “A vida é difícil e isso aqui é um espelho da vida, essas montanhas, essas pedras, a superação é o resultado disso tudo. Isso aqui é uma lição de superação”.
“Sem dúvida é uma experiência única, eu já estou participando pela terceira vez e só por estar na minha cidade com o meu povo aqui já é uma honra para mim. “Nossa equipe está de parabéns, meus dois amigos que também são filhos de Mucugê. A união faz a força e nós mostramos isso,” completa Jooab, da equipe de Mucugê. 
Na categoria Nelore, destinada aos atletas com peso acima dos 90 quilos, estreiou com estilo, com destaque para o título do time “Óticas Diniz”, formada por Robson Tavares Souza/Josias Jose, do Estado de Pernambuco.
A Brasil Ride fecha a temporada mundial de mountain bike com sucesso absoluto, dentro e fora das pistas: atletas, staffs, voluntários, comunidades locais, entre outros envolvidos. E já marque na agenda: Brasil Ride 2015 acontecerá entre os dias 18 a 24 outubro!
Resultados completos no site: www.brasilride.com
Brasil Ride 2014 conta com os patrocínios: MINISTÉRIO DO ESPORTE - SUDESB/ GOVERNO DA BAHIA  - CAIXA – SHIMANO -TREK - GORGEOUS EVENTOS – THULE – OAKLEY – KAILASH 
Apoios: Continental Pneus, Red Bull, JC Bikes, Café Mucuge, Prefeitura Municipal de Rio de Contas, Roma Comunicação, Penks. Mídias parceiras: Revista Bike Action, Rádio Bradesco Esportes FM, Bike Magazine Portugal, Revista Go Outside, Webventure e Bike na Mídia Assessoria de Imprensa. Supervisão: UCI (União Ciclística Internacional), CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) e FBC (Federação Baiana de Ciclismo). Realização: REC e Prefeitura de Mucugê.

FONTE: www.revistabicicleta.com.br

Breno Bizinoto, único brasileiro na disputa do Mongolia Bike Challenge - Capítulo 5

Frio, longas distâncias, cansaço... Nada disso: o grande desafio do brasileiro Breno Bizinoto na quarta etapa do Mongolia Bike Challenge foi pedalar sozinho por mais de 50km, por conta de um pneu furado. Quer saber o que ele fez pra superar isso?


4ª Etapa – 170 km

A distância que iríamos percorrer hoje já estava assustando todos os atletas há algum tempo. Não que isto não me atingisse, mas eu estava acreditando que era uma boa oportunidade para o pelotão da frente pegar mais leve na largada, o que seria ótimo para eu ficar mais tempo no vácuo deles e economizar mais energia. Doce ilusão.

Na verdade a largada de hoje foi em um downhill, o que bagunçou tudo. Tive a infelicidade de ver aquele atleta da Mongólia de 55 anos se acidentar logo neste início da etapa, e precisar abandonar a prova. O tombo foi muito feio, e eu passei os 170 km de hoje imaginando o tanto que ele poderia ter se machucado. Fiquei muito triste de ver este atleta tão diferenciado sair da disputa, sem saber o que poderia ter acontecido de grave com ele. Mas eu ainda precisava focar em encontrar o pelotão ideal para eu fazer a minha prova.

Breno, o número 6, antes de se desprender do grupo
Mais uma vez, acho que alguns atletas inexperientes estavam naquele primeiro grupo, inflacionando a velocidade de forma inviável para os 170 km que estavam por vir. Me senti muito experiente por perceber isto, e usei como fator decisivo para me desligar do primeiro pelotão e entrar no anterior. A confirmação de que esta foi a decisão certa foi justamente ver que lá pelo quilômetro 110 o nosso “pelotão B” começou a alcançar vários atletas que não conseguiram segurar a onda no “pelotão A” - e ficaram tão desgastados que não conseguiram nem nos acompanhar depois.

O nosso grupo tinha seis atletas, com um austríaco da minha categoria, e um belga muito inteligente que mantinha a ordem e ditava os revezamentos o tempo inteiro. A partir do km 100 começamos a ficar muito fortes e fomos alcançando vários atletas que se desprenderam do grupo A. Fizemos de tudo para nos manter unidos, mas inevitavelmente nos reduzimos a quatro atletas. Por volta do quilômetro 120 eu tive que me desprender do grupo devido a um pneu furado. Assim que terminei de arrumar tudo, estava ciente que teria que encarar os últimos 50 km sozinho. Foi a pior parte da prova para ficar sem companhia, pois tinha muito vento contra, e a velocidade no plano não passava de 18 km/h devido a isto. Eu não podia esperar um terceiro pelotão chegar para eu me encaixar, pois poderia perder muito tempo esperando eles. Não parei de fazer força nem por um segundo. Eu tinha trabalhado em grupo até ali, e estava com as energias em dia. Estes últimos 50 km seriam um grande contra relógio, em que eu faria muita força, sem avistar ninguém ao meu lado.

O impressionante foi que mesmo sozinho eu continuei alcançando alguns atletas isolados que andaram o tempo inteiro na minha frente, e que agora já não tinham mais forças. Logo, passei um daqueles chineses que era muito forte, e passei também o austríaco da minha categoria, que antes estava no mesmo pelotão que eu. Isto foi motivo para eu permanecer fazendo força sozinho, afinal, nenhum dos atletas permaneciam agrupados mais.

Terminei a etapa muito cansado, mas fui direto cuidar de fazer um desaquecimento, tomar um repositor energético, tirar a roupa, almoçar, tomar banho e lavar a bike. Depois, vi que tinha ficado em 3° lugar na categoria. Por hoje, missão cumprida.

Amanhã tem o capítulo 6! 

PATROCÍNIOS: SCOTT, CICLOGIRO e FUMEC

Fotos: Danielle Baker e Nel Chan

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Breno Bizinoto, único brasileiro na disputa do Mongolia Bike Challenge - Capítulo 4

E Breno Bizinoto chegou à terceira etapa do Mongolia Bike Challenge. Neste dia, o frio e as águas congeladas foram um grande problema. Veja abaixo como foi.


Os outros relatos do atleta mineiro:



3ª Etapa – 135 km



Esta noite nós não dormimos mais nas mesmas acomodações de antes. Ficamos no acampamento, e tudo aqui é diferente. Cada um tem que ter sua lanterna para andar pela noite.  Precisamos cuidar dos nossos sacos de dormir, e organizar nossa bagagem em um espaço pequeno, de forma que no outro dia a bagagem esteja pronta para ser entregue à organização para partirmos novamente para o próximo acampamento.



Quando acordamos foi talvez o dia mais frio de todos. Marcava -6°C às 6 horas da manha. Tinha gotas de água congelada por toda a minha bike, e a minha garrafa de água estava parcialmente congelada. Atravessamos vários rios e poças de água nos primeiros quilômetros, e os primeiros atletas do grupo quebraram a fina camada de gelo que tinha se formado nas poças. Os que vinham atrás observavam as placas de gelo. E eu, continuava pedalando sem sentir o meu pé.


Molhar os pés nunca foi tanto problema em uma prova de MTB
Mais à frente estava novamente no pelotão do mongol Batmunkh Mijid, de 55 anos. Incrível como ele tinha acompanhado aquele ritmo da largada, e ainda mostrava energia de sobra. Mais uma vez, fiz de tudo para acompanhá-lo e aproveitar o vácuo e companhia dele. Vi que ele perdeu a sua única garrafa de água logo na largada, então dei uma das minhas para ele. Quando chegamos no primeiro ponto de apoio ele precisou parar para reabastecer, e eu pude seguir sozinho. Neste tempo sem pelotão, acabei errando o caminho, e perdi quase 10 minutos com isto. Não consegui mais alcançá-lo, e precisei me encaixar em outros pelotões mais para trás.

A chegada hoje foi em uma subida. Encontrei um cara da minha categoria neste finalzinho, e “sprintei” na esperança de espremer um pódio na etapa de hoje. Eu consegui chegar na frente dele, e pude perceber que eu estava melhor que os demais atletas ao final da etapa, e principalmente em condições de subida, como foi o caso de hoje. Mas ainda não foi suficiente para o pódio.


Chegamos ao segundo acampamento, e eu comecei a sentir falta das acomodações comuns. A chegada foi em uma subida e não tinha lugar para fazer um desaquecimento, ou “cool down”, o que é extremamente importante ao final de cada etapa. Cheguei tão cansado, que fui almoçar antes mesmo de trocar de roupa. Depois, fui para a barraca dormir, na grama mesmo. Ou seja, quebrei vários protocolos essenciais para a corrida do dia seguinte. Quando percebi, o sol já estava descendo, e eu teria que tomar banho na hora mais fria do dia, e precisaria lavar e arrumar minha bicicleta à noite, o que é quase impossível, além de muito mais cansativo.



Em cada tenda ficavam até 8 atletas
Eu estava tão cansado que decidi deixar tudo isto para o dia seguinte, antes da largada. Iria dormir sem tomar banho mesmo. Quando percebi, todos os atletas estavam separando suas roupas para amanhã, comidas e ferramentas. Seus sacos de dormir já estavam desdobrados e posicionados para a noite. Olhei para fora da barraca e vi o Italiano Maluco lavando suas roupas. E eu era o único que ainda estava inerte.

Nesta hora, lembrei de como meu pai me fala: “Não desanime, Breno.” No esporte nós falamos muito sobre a importância de não desistir, mas falamos pouco sobre a importância de não desanimar. Hora nenhuma eu tinha desistido da corrida, mas percebi que eu tinha desanimado. Eu continuava na disputa, mas como um competidor sem ânimo, que se encontrava sem reação, apenas observando os demais atletas que estavam se dedicando à prova do dia seguinte.


Tive a sensação de que o meu pódio tinha se tornado um sonho ainda mais distante naquela hora. Tive que tomar a decisão de ir atrás do que eu queria, ou de simplesmente permanecer na minha zona de conforto. Levantei da barraca e revirei toda a minha mala para pegar o que ia precisar. Tomei banho, cuidei da roupa suja, lavei a bicicleta, lubrifiquei, calibrei pneus, reafixei a câmara de ar na bike, separei a roupa de amanhã, pus o número dorsal, embalei as comidas, géis, preparei as garrafinhas, organizei o meu espaço para dormir e recoloquei tudo na mala. Pode até parecer que não é tanta coisa, mas eu só terminei de fazer isto tudo pela noite, com o auxílio de lanterna, que torna tudo mais difícil. Sem falar no frio que congelava os meus dedos durante estas atividades manuais.



Essas são atividades que não estão em nenhuma planilha de treino, mas são essenciais para o sucesso em uma ultra-maratona. Isto diferencia este esporte de outros que ficam restritos somente ao que acontece dentro da pista. Pra mim, aquele Italiano Maluco lavando as suas roupas e preparando sua bike é um atleta muito mais preparado do que aqueles dos grandes times de ciclismo, que possuem um assistente para cada problema que possa vir a acontecer.



Mais uma vez eu fiquei de fora do pódio, mas com a sensação de ter evoluído e aprendido muito na etapa que passou.


Amanhã tem o capítulo 5! 

PATROCÍNIOS: SCOTT, CICLOGIRO e FUMEC

Fotos: Danielle Baker e Nel Chan

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O atleta SCOTT Breno Bizinoto chegou à segunda etapa do Mongolia Bike Challenge. O desafio continuava grande e cheio de surpresas

Quer acompanhar as outras partes do relato? Veja aqui o: 1º Capítulo
                                                                                             2º Capítulo

2ª Etapa – 126km

O ritmo da largada na segunda etapa foi um pouco melhor. Mas ainda me deu canseira. Encaixei em um pelotão com vários atletas da Mongólia. Vi que eram os mesmos que subiram no pódio na minha categoria ontem. Vi também que eles eram muito fortes, mas dentro do pelotão, percebi que lhes faltavam habilidades. As descidas não são muito técnicas, mas exigem velocidades de até 70 km/h, com muitas curvas, o que transforma qualquer pequena irregularidade do terreno em um ponto de extremo cuidado. Nos planos, precisávamos nos agrupar a um pelotão, e pude ver que os atletas locais tinham dificuldade de se organizar e manter a otimização de energia neste momento que é crítico. Com exceção de um único atleta.

Era o nativo Batmunkh Mijid, de 55 anos. Ele parecia um monge, e sempre tomava frente para liderar e organizar o pelotão. Criei uma consideração muito grande pela forma que este atleta trabalhava, e pela força que ele mostrou ter, mesmo com o dobro da minha idade.




Um furo de pneu me obrigou a sair do pelotão deste grande atleta, mas me permitiu vivenciar uma das experiências mais emocionantes da minha vida. Encontrei o português José Teixeira, que coleciona ultramaratonas pelo mundo, e já competiu o Brasil Ride no mesmo ano que eu, em 2012. Ele parou para me ajudar arrumar o meu pneu, e claro, eu fiquei sem palavras com a consideração que ele teve comigo. Ele continuou a sua prova um pouco a minha frente, mas alguns minutos depois eu acabei alcançando ele de novo, e então tive a oportunidade de poder ajudá-lo com a mesma dedicação que ele teve com o meu problema.

O que aconteceu com o português foi que ele começou a ter uma cegueira temporária. Ele estava pedalando muito devagar, e dizia que sua vista ficou toda embaçada, e não conseguia ver o caminho. Parece que isto pode ser um estresse gerado a partir de um posicionamento incorreto do ciclista, que coloca uma compressão indevida na coluna. E ele começou a tentar andar atrás de mim, não para aproveitar o meu vácuo, mas para copiar o meu caminho, pois não enxergava mais o lugar correto para passar, nem a sinalização da prova.

Ele disse que me observava só como uma mancha, não conseguia ler o meu número dorsal, e que as vacas ao nosso lado pareciam pedras gigantes. E aos poucos, o problema foi só piorando, e logo ele já estava me pedindo para andarmos mais devagar, e eu tinha que avisar quando iríamos passar por um buraco, rio, ou qualquer irregularidade.

Andamos por uns 30 ou 40 km assim, até a corrida acabar, e quando passamos na linha de chegada parecia que o José tinha acordado de um pesadelo. Ele me abraçou e chorou muito, sem falar nada por alguns minutos. E eu também. Aquilo tudo me custou minutos preciosos para o meu sonhado pódio na Mongólia, mas a sensação de gratidão que tive foi uma experiência de vida para mim. Se ajudar um cego atravessar a rua parece ser algo gratificante, imagine ajudá-lo a ser finisher de uma prova de 900 km! Naquela etapa, eu ganhei muito mais que um pódio.


Amanhã tem o capítulo 4! 

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Fotos: Danielle Baker e Nel Chan