Foto: Antonio Olinto e Rafaela Asprino
Revista Bicicleta por Antonio Olinto
Na Idade Média, pessoas de toda a Europa, influenciadas pelo já estabelecido culto a relíquias, cruzavam o continente em busca de milagres e ou remissão de pecados. Relíquia não quer dizer algo velho, antigo e raro, a palavra se refere, sim, a um objeto que pertenceu a um santo ou mesmo partes de seu corpo.
Dentre as peregrinações mais famosas e concorridas estava o caminho que levava até uma tumba reputada a Tiago, o apóstolo que deveria levar a Boa Nova (Novo Testamento) até os confins da Terra. Como a América ainda não tinha sido descoberta, havia uma lógica em imaginar que a Galícia era o ponto mais longínquo a oeste.
Cada um seguia de sua própria cidade em direção a Santiago de Compostela percorrendo seu próprio caminho, entretanto, ao analisarmos o mapa da Europa, verificamos que ao traçar um caminho direto até Santiago a partir de Itália, Alemanha, França, Holanda e outros países, forçosamente ocorreria um afunilamento de caminhos na parte norte dos Pirineus. Este era o ponto escolhido por muitos para atravessar a cordilheira, seguindo então por um caminho muito bem batido que ficou conhecido como Caminho Francês, que até hoje é o mais famoso de todos os caminhos de peregrinação a Santiago.